quinta-feira, dezembro 07, 2006

UMA DÁDIVA DE LUZ

Ao meu amigo Duarte M.M.


Olhas sobre o traço de oiro do horizonte
Na busca serena de um desígnio distante
Visível aos olhos de fechadas pálpebras
Como quem no sono pressente a alvorada.

Nua cornucópia serpenteada por espirais
Erguida pelos ventos trazidos do Levante
Que te invadem de redemoinhos de areia
Dos desertos em que te insistes encontrar.

Sentinela de um recanto universal
De onde migram lastros siderais
Num cuidado propósito de desvendar
Caminhos transitários de renovação.

Descalço caminhante sobre a lava incandescente
Despido monge das vestes pela sombra despojado
Solitário peregrino de santuários abandonados
Desarmado guerreiro das causas ensanguentadas.

Deixas as pegadas dos teus passos na alma
De quem revelas os seus recantos de amanhã
Numa dádiva de luz que concedes como um anjo
Mensageiro da verdade traçada num lugar além.

Ergues os braços num rasgo fecundo de vida
Com que fundes a terra e o céu.


JPAnunciação

2 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Bom dia!
Parabéns adorei este poema.
Está magnifico, tem magia no que escreves.
Desejo bo fim de semana
Beijo
Sereia

10:54 da manhã  
Blogger Luna said...

Lindo o teu poema para o teu amigo, ainda existem pessoas assim, que sabem dar a mão á humanidade, isso me faz acreditar que ainda vale a pena lutar , pois nem tudo esta perdido.
beijos

10:30 da tarde  

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